Famoso como o stylist de Lady Gaga quando a cantora cruzou o tapete vermelho da premiação Video Music Awards, em 2010, com um vestido de carne, Nicola Formichetti assumiu como diretor criativo da Diesel quatro anos depois. De lá pra cá, a marca italiana foi modernizada, inspirado pelo estilo e ousadia do estilista com raízes japonesas e italianas, e com ações buscando o buzz das redes sociais.
A mais nova aposta bem-humorada da grife, que completa 40 anos ano que vem, é a campanha “Say No To Uncool Wool”, que pretende dar um basta aos tradicionais casacos de lã, famosos no hemisfério norte e que, inclusive, é lembrado no filme O Diário de Bridget Jones (2011), através dos personagens dos atores Renée Zellweger e Colin Firth.
“O nosso alvo são os casacos de lã feios, aquele que usamos no Natal na maioria dos países, mas sabendo que não é realmente legal ou estiloso. É algo com o qual todos podem se relacionar e esses casacos tendem a ser muito sem graça, então, quem melhor que uma ovelha para nos ajudar a lutar contra a lã sem graça e fazer com que as pessoas se vistam de uma forma bacana para a temporada festiva. Também foi minha estreia em uma propaganda da Diesel, além de ter sido muito divertido fazer!”, contou exclusivamente à Vogue.
A propaganda em questão mostra a equipe de criação quebrando a cabeça para desenhar um look modernoso para a ovelha, que gravou as cenas usando calça jeans e jaqueta de couro. Mas calma! A ovelha passa bem e ganhou a roupa através da computação gráfica. “Nossa equipe incrível trabalhou em versões digitais para que o animal realmente não usasse a roupa. Porque além do fato que eles se sentiriam desconfortáveis com isso, o bem estar da ovelha estava no centro de nossos pensamentos. Mas você pode verificar o vídeo do tutorial onde mostramos como fazer um par de jeans para uma ovelha. É claro que é um trocadilho!”.
See Now Buy Now
Se aqui no Brasil, o imediatismo do consumo está sendo implantando aos poucos nas maiores marcas nacionais, no exterior já é o presente. Para Formichetti, é imprensidível que as grifes sigam a tendência ditada pelo consumidor final, mas alerta que nem sempre é possível atingir às expectativas geradas.
“Eu acho que o imediatismo das mídias sociais exigiu diferentes possibilidades de distribuição, mas também acredito que a distribuição deve estar relacionada a qualidade do produto. Você não pode “See Now, Buy Now” com produtos feitos à mão de alto nível. Então sim, eu gosto do imediatismo, mas precisa ser em sincronia com a elaboração dos produtos também. Nem tudo pode ou deve estar disponível imediatamente, depende do produto realmente”.
Criação
Fã dos filmes e revistas clássicas, contou à Vogue que suas maiores inpirações são dos anos 1990. “Mas também do que vejo quando viajo pelo mundo ou quando checo as mídias sociais, mesclando influência para a minha cidade natal Japão e outras influências, como da arte e música principalmente”.
Conhecido mundialmente como o responsável pelos looks mais polêmicos que Lady Gaga usou nos red carpets mundo afora, relembrou como foi a repercussão do famoso vestido de carne usado pela cantora. “Minha nossa… Foi uma loucura! O retorno foi metade incrível e metade terrível. Eu recebi muitas reclamações, mas em geral fiquei muito feliz pelo o que fizemos. Me lembro da mãe da Lady Gaga me perguntando antes do VMA o que ela iria usar e eu respondi: está no congelador!”
A transformação dos looks de Lady Gaga, passando de exóticos aos considerados mais normais, é vista como um espelho da sociedade. “A Lady Gaga sempre será a Lady Gaga. Eu amo os novos looks, são tão revigorantes para o estilo dela! Vai ter sempre essa conexão com o ambiente dela, além de ser um espelho da nossa sociedade”.
Brasil
Fã de carteirinha do nosso País, já aterrissou por aqui algumas vezes e é só elogios. “O Brasil é minha “casa espiritual”. É um dos meus lugares favoritos, é um país ótimo com uma presença cultural gigante! Muita arte e música, além de ser conhecido mundialmente pela sua vibe positiva e sua criatividade infinita”.
Créditos: Vogue