Mesmo partilhando de um mesmo tipo de dieta, veganismo é uma filosofia

Quem não tem pelo menos um amigo ou um parente vegetariano ou vegano, levante o braço. Entre as inúmeras vertentes da gastronomia, nos últimos anos ganharam espaço duas dietas que são também um estilo de vida: o vegetarianismo e o veganismo.

Mas, exatamente, qual a diferença entre vegetarianos e veganos? Mesmo fazendo parte de um mesmo tipo de dieta, o vegano é uma filosofia que abrange outros aspectos do consumo, enquanto o vegetariano se refere à alimentação. Veja a definição de cada um:

Vegetariano

Nem todo vegetariano é igual. Geralmente pautado por um estilo de vida guiado por princípios morais, o vegetarianismo segue diferentes linhas, sendo as principais a ovolactovegetariana (que usa ovos, laticínios e pode usar mel) e a vegetariana estrita, que exclui da dieta todos os alimentos de origem animal, tais como mel, ovo, laticínios, gelatina, entre outros.

Vegano

Quando é usado o termo vegano ou vegan significa que a pessoa, além de seguir uma dieta vegetariana estrita, exclui do seu estilo de vida produtos que usaram força de trabalho animal (tração, transporte), extração de matéria-prima (seda, mel, couro, lã), ou que foi testada em animais (cosméticos e produtos de higiene). Esse estilo de vida é chamado de veganismo.

Como tornar-se vegetariano

Apesar de haver muitos relatos de pessoas que cortaram todos os tipos de carne de um dia para o outro, é mais seguro fazer uma transição lenta para não abandonar o novo hábito também repentinamente. “Deixe na sua dieta apenas seu prato preferido que leve carne ou frutos do mar e diminua a frequência com que você prepara ou sai para comê-lo”, sugere Flávia Schiochet, do blog Verdura sem Frescura, desde 2013 no ar.

No caso de pratos preferidos, a tentação é grande para fazer uma versão vegetariana usando carne de soja ou glúten, mas a textura e o sabor destes substitutos podem estragar a memória gustativa e afetiva que se tem destes preparos.

“Tente aumentar seu repertório de receitas e conhecer culinárias que tenham pratos originalmente vegetarianos, como o guacamole mexicano, o dall indiano e o falafel e homus do Oriente Médio. Aos poucos seu paladar se acostuma a novas combinações de sabores e ingredientes que antes não faziam parte da sua dieta, começam a ser fundamentais. O mais popular entre os vegetarianos é o grão-de-bico”, diz Flávia.

A partir do gosto adquirido, a alimentação fica mais variada e tem-se contato com técnicas e outros ingredientes. “Aos poucos, com prática, consegue-se atingir o sabor do seu prato preferido”, completa.

Nem toda substituição é desaconselhada por Flávia, que indica o uso de leites vegetais no lugar do leite de vaca e preparar bases de molho bem temperadas para fazer “bolonhesa” usando lentilhas no lugar de carne ou uma glace de vegetais.

“A construção de sabor é muito importante na cozinha vegetariana, especialmente conseguir combinar o gosto umami, muito presente em carnes e queijos como o parmesão, aos pratos salgados”, ensina. Neste aspecto, as substituições de ingredientes são pensadas pelo sabor final do preparo e não na parte nutricional. “O acompanhamento de um nutricionista ou nutrólogo durante a nutrição é fundamental, pois pode haver deficiências em minerais e vitaminas, como a B12“, diz Flávia.

Fonte: Bom gourmet – Gazeta do povo