Considerada a maior causa de cegueira evitável e irreversível no mundo, o glaucoma afeta a visão lentamente e raramente apresenta sintomas. Ainda sem cura, o controle da doença é realizado principalmente com colírio sob prescrição. Se o glaucoma progredir ou o paciente deixar de responder ao tratamento com colírio, a única solução disponível até pouco tempo era uma cirurgia altamente invasiva e de longa recuperação. Agora, um microimplante tem apresentado resultados eficazes sem precisar expor a parte interna dos olhos nem dar pontos.

De acordo com o oftalmologista Hilton Medeiros, especialista em retina e vítreo da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, a Cirurgia Minimamente Invasiva para Glaucoma (Migs) é um avanço para o tratamento da doença. “Fazemos uma pequena incisão de 1,5 mm, encostamos no trabeculado (área de filtração) uma caneta com iStent (micro implante) e o injetamos. O dispositivo fica preso, fazendo a comunicação entre o interior dos olhos e o canal de drenagem”, explica o médico.

O microimplante ajuda a restaurar o fluxo do líquido natural ocular e reduz a pressão interna dos olhos, consequentemente pode diminuir a necessidade de medicamentos. “Normalmente só o iStent já resolve o problema e evitamos ter que abrir o olho do paciente para fazer uma cirurgia altamente invasiva”, diz Hilton Medeiros.

Segundo ele, o pós-operatório é bastante tranquilo pois, diferentemente da cirurgia tradicional do glaucoma, nesta técnica não existe cortes na conjuntiva e na esclera, então não há pontos. “O paciente precisa ficar de repouso apenas no dia do procedimento. No dia seguinte já pode trabalhar normalmente”, diz Hilton Medeiros, apontando que o perfil de segurança do procedimento é elevado e que o trauma no tecido-alvo é mínimo.

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