A falta de tratamento pode ocasionar infecção generalizada e levar à perda da visão

 As úlceras são lesões nos tecidos que podem ocorrer em qualquer organismo. Todas as pessoas estão predispostas a desenvolver a patologia. As mais conhecidas ocorrem no estômago, no duodeno e no esôfago. Mas o que muita gente não sabe, é que a úlcera também ocorre na córnea, podendo causar sequelas irreversíveis na visão em poucos dias.

De acordo com o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, a úlcera corneana é uma perfuração na córnea, geralmente devida a uma infecção provocada por bactérias, fungos, vírus ou por uma ferida. “É caracterizada pela destruição do tecido da córnea ou uma lesão que deixa essa área sem epitélio na sua camada externa de cobertura. Pode provocar cicatrizes permanentes, podendo afetar a visão e até cegar”, explica o especialista.

Segundo ele, é comum aparecer úlcera na córnea decorrente do mau uso das lentes de contato ou pela presença de um corpo estranho, dando a chance de bactérias infectarem a região. Quem coça muito os olhos também pode romper a barreira de proteção do epitélio ocular e causar uma lesão. Idosos, que têm o epitélio mais desgastado em função da idade, também estão mais propensos à doença.

Outros agentes causadores da patologia incluem desde defeitos no filme lacrimal pré-ocular a doenças como diabetes e blefarite. Quando as pálpebras não se fecham corretamente para proteger o olho e umedecer a córnea, pode aparecer úlcera devida à secura e à irritação, inclusive sem que exista uma infecção.

Os sintomas mais frequentes são olhos vermelhos, dor constante e sensação de queimação nos olhos. A visão torna-se turva, há maior secreção de lágrimas e pode aparecer pus na córnea. “O problema precisa ser tratado adequadamente para que não evolua para outras partes do olho. A falta de tratamento pode ocasionar infecção generalizada que pode levar à perda da visão”, esclarece Hilton Medeiros.

Os tratamentos variam de acordo com a gravidade e tipo da doença. Normalmente a prescrição de colírios e/ou medicamentos orais são suficientes. Casos muito graves, no entanto, necessitam de cirurgia.

Fonte: Divulgação