Com seis horas de sono ou menos, estas pessoas já se sentem completamente descansadas e prontas para encarar o dia seguinte.
De toda forma, os pesquisadores destacaram que esta é uma mutação que afeta uma proporção muito pequena da população mundial – menos de 1% daqueles que dizem dormir pouco.
Por esta razão, se você dorme pouco e acha que está tudo bem e que deve ser portador desta mutação genética, saiba que isto possivelmente não é verdade: o mais provável é que você esteja sim precisando de mais horas de sono.
Eis uma vantagem genética que parece saída de uma história de super-heróis.
Na maioria das pessoas, os ossos vão perdendo densidade e massa à medida que envelhecemos. O problema é conhecido como osteoporose, e pode gerar fraturas e deformações nos ossos.
Mas algumas pessoas possuem uma mutação em um gene chamado SOST, que regula a produção de uma proteína chamada esclerotina. Esta é a proteína que controla a produção e o crescimento dos ossos.
Um estudo conduzido por pesquisadores de Washington (EUA) encontrou evidências de que existem algumas pessoas com mutações no gene SOST, e que por causa delas não perdem massa óssea à medida que envelhecem.
Seus ossos continuam ganhando massa e se tornando mais densos ao longo de toda a vida, dando-lhes um esqueleto que se parece com o de uma pessoa muito mais jovem.
Esta mutação no gene SOST foi encontrada em algumas pessoas de origem africâner (que é como são conhecidos os descendentes dos antigos colonizadores holandeses da África do Sul).
Agora, os pesquisadores buscam formas de replicar os efeitos desta mutação, para permitir que outras pessoas consigam os mesmos benefícios.
As comunidades andinas têm uma palavra para a falta de ar sentida pelas pessoas em grandes altitudes: soroche. Quem já sentiu este mal certamente não esquecerá a palavra.
O soroche, ou mal das alturas, costuma causar náuseas, pressão baixa, dor de cabeça e problemas respiratórios.
Há muitos truques para minimizar os efeitos: mover-se devagar, comer pouco, não fazer grandes esforços físicos e mascar folha de coca. Algumas pessoas também usam medicamentos. Mesmo assim, muitos continuam sofrendo.
Mas o “mal da montanha” não afeta as populações tradicionais dos altiplanos.
Estudos realizados com o povo quéchua (dos Andes) e com tibetanos do Himalaia mostraram que eles possuem adaptações selecionadas geneticamente para viver nestes ambientes.
Possuem uma caixa toráxica maior que a média e posuem maior capacidade pulmonar, o que lhes permite absorver mais oxigênio a cada respiração.
Além disso, enquanto a maioria das pessoas passa a produzir mais hemácias (células vermelhas do sangue que transportam oxigênio) nestas condições de pouco oxigênio, eles produzem menos.
Estas características permanecem mesmo quando um integrante destas populações se muda para um local de menor altitude, pois está inscrita em seu DNA.
Estas mutações não os transformam em “super-heróis”. Mas alguém pode pensar que estes nativos têm superpoderes ao vê-los subir uma montanha correndo, enquanto bandos de turistas se arrastam lentamente em direção ao cume.
Enquanto você ‘morre’ para subir a montanha, um sherpa carregado de malas passa correndo como se não fosse nada — Foto: Pixabay
Fonte: G1 – Globo