Não é bem uma novidade que atividades físicas melhoram a saúde, mas um grupo de pesquisadores quis saber quais os tipos de atividades trariam mais benefícios para os idosos.

Para isso, acompanharam mil mulheres idosas japonesas por oito anos, analisando sobre a possibilidade de se tornarem deficientes físicas, medindo a capacidade de andar, tomar banho e se vestir, e o tipo de atividade física que desempenhavam.

Do total, 130 mulheres preencheram os critérios de incapacidade, geralmente nas que não praticavam exercícios. Eles descobriram que a atividade física geralmente ajudava as mulheres a permanecerem independentes à medida que envelheciam, mas certos tipos de exercício pareciam ter efeitos maiores do que outros. E a dança era o melhor de todos.

As mulheres que freqüentemente dançavam tiveram uma chance 73% menor de ficar incapacitadas durante o período do estudo, em comparação com as mulheres que não o fizeram. Nenhum dos outros exercícios, incluindo caminhada e ioga, teve resultados tão bons.

“A dança exige não apenas equilíbrio, força e capacidade de resistência, mas também capacidade cognitiva: adaptabilidade e concentração para se mover de acordo com a música e o parceiro, arte para movimentos graciosos e fluidos e memória para coreografia”, escrevem os pesquisadores.

Os benefícios, no entanto, não são somente físicos. Um outro estudo analisou 32 pesquisas anteriores envolvendo mais de 3.500 pessoas com idades entre 50 e 85 anos para determinar se as atividades mente-corpo, incluindo tai chi, ioga e dança, poderiam melhorar a função cognitiva dos adultos idosos.

Depois de revisar todos os dados, os pesquisadores determinaram que os adultos em idade de envelhecimento que se envolviam em exercícios mente-corpo tendem a ter uma cognição global mais forte (uma medida da função cognitiva geral) do que pessoas que não fizeram nada.

E quando os pesquisadores refinaram sua análise para observar atividades específicas mente-corpo e medidas de função cognitiva, encontraram evidências ainda mais fortes de que 60 a 120 minutos de tai chi ou dança por semana poderiam melhorar a cognição global, mesmo para adultos que já tinham algum prejuízo.

Essas atividades também pareciam afetar positivamente a flexibilidade cognitiva – a capacidade de se adaptar a situações novas e mutáveis ​​- fluência de linguagem, aprendizado, memória e organização, até mais do que outras atividades mente-corpo.

Nenhum estudo provou que a dança causa benefícios para a saúde, apenas que está associada a esses resultados. É possível, por exemplo, que adultos saudáveis ​​física e mentalmente tenham mais probabilidade de dançar do que pessoas que não sejam saudáveis.

Ainda assim, esses estudos não são os primeiros a sugerir que a dança vem com benefícios para a saúde. Um artigo publicado em 2017 descobriu, por meio de imagens do cérebro, que a dança pode aumentar a quantidade de substância branca no cérebro de adultos idosos. A matéria branca se degrada com a idade e acredita-se que esse colapso esteja associado ao declínio cognitivo.

Ou seja, por saúde ou diversão, o negócio é se jogar na pista.

Fonte: Revista Galileu