Anualmente 8,5 milhões de mulheres morrem de doenças cardiovasculares no mundo

A rotina atribulada da maioria das mulheres, que muitas vezes inclui trabalhar fora, cuidar da casa, levar os filhos para a escola entre outras obrigações, faz com que elas deixem os cuidados com a própria saúde para depois. Estudos médicos apontam que no Brasil uma em cada cinco mulheres tem risco de sofrer um infarto. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres, e as que mais as acometem são o infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia. No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março), em meio às homenagens, vale a pena tocar nesse importante assunto.

O que poucas mulheres sabem é que o estresse do dia a dia pode influenciar no desenvolvimento de problemas cardiovasculares. Além disso, em geral, depois da entrada na menopausa é indicado que as mulheres façam uma investigação, pois elas perdem essa proteção hormonal e têm que se cuidar bem mais. “Enquanto nos homens a dor no peito é um sinal, as mulheres se queixam de dor nas costas, cansaço, queimação no estômago e náusea, associando a crise a problemas gastrointestinais ou ortopédicos, retardando a procura por socorro médico”, explica Dr. Thomas Osterne, do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor)

Infarto

O infarto é a insuficiência de sangue oxigenado em uma determinada área do músculo do coração como consequência de obstrução de alguma das artérias coronárias. Quando isso acontece, o músculo entra em um processo de necrose, que pode levar à morte celular. Entre os fatores de risco, o cardiologista destaca o histórico familiar, tanto de possíveis doenças genéticas quanto de hábitos errados da mesma família. “Fatores como menopausa, pressão alta, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade e colesterol alto aumentam consideravelmente as chances de uma mulher ser acometida por essas doenças”, garante Dr. Thomas.

O tratamento inicial deve ser feito em ambiente hospitalar e pode incluir o uso de medicamentos para melhorar a circulação sanguínea, além de procedimentos invasivos, até mesmo cirúrgicos. Muito utilizada atualmente, a angioplastia com colocação de stent (uma espécie de mola) é a técnica mais comum para tratar a obstrução das artérias coronárias. “Um pequeno tubo, chamado cateter, é colocado em uma artéria do braço ou da virilha e percorre o corpo até o vaso sanguíneo que está causando o infarto. Ele auxilia na desobstrução da artéria e, com a ajuda da mola, normaliza a circulação do sangue, o que impede que o vaso continue fechado”, explica o cardiologista.

 AVC 

Assim como o infarto, o acidente vascular cerebral também é consequência da obstrução de artérias. Mas, nesse caso, o fluxo de sangue que é bloqueado é na área do cérebro. Conhecido popularmente como derrame, o AVC, quando não causa a morte, pode deixar diversas sequelas incapacitantes, como problemas de fala, de memória e até paralisias.

Na área dos tratamentos, a neurorradiologia intervencionista tem papel fundamental, com técnicas minimamente invasivas e de alta eficácia. “Costumamos realizar um cateterismo dos vasos cerebrais, no qual desobstruímos o vaso entupido e liberamos o fluxo sanguíneo”, explica Dr. Eduardo Waihrich, neurorradiologista do ICTCor. Mas, mesmo com toda a tecnologia, o especialista garante que o principal fator para o tratamento dar resultados é o tempo, “O AVC acontece de forma súbita, muito rápida. Logo, deve-se priorizar o combate à doença com foco na prevenção. Após surgirem os sintomas, o ideal é que o paciente passe pelo procedimento nas primeiras seis horas”, finaliza.

Assim, nada melhor do que agir preventivamente, submetendo-se regularmente a consultas, exames e tratamentos especializados.

Fonte: Divulgação