A cena não é rara: em uma segunda-feira qualquer, a pessoa acorda e pensa que precisa ser mais saudável. Naquele dia, em vez de mandar o tradicional bolinho com achocolatado na lancheira das crianças, o pai ou a mãe faz o sanduíche de peito de peru e envia um suco de caixinha.

No trabalho, quando a fome aperta, a pessoa recorre a uma barrinha de cereal, na certeza de que está ingerindo um snack saudável. Será?

Segundo a nutricionista Luna Azevedo, alguns alimentos tidos como saudáveis, podem, na verdade, ser uma armadilha. “É muito comum as pessoas acreditarem que alguns produtos são extremamente saudáveis, quando, na verdade, desempenham um papel prejudicial à nossa saúde”, diz.

Para a profissional, isso acontece porque se tratam de alimentos supervalorizados, como os ultraprocessados, sustentados por campanhas publicitárias milionárias, instigando nas pessoas o desejo de consumir cada vez mais.

Mas que alimentos são esses?

Dentre os alimentos, que parecem amigos da saúde, mas não são tão assim, estão os ultraprocessados, como o peito de peru, barrinhas de cereais, sucos de caixinha, além dos produtos diet.

“Muitas pessoas acreditam que os produtos diet são opções saudáveis para incluir na rotina, mas na maior parte das vezes a falta de açúcar é compensada com gordura, sódio e aditivos alimentares para ser possível manter a consistência e o sabor. Já as barrinhas possuem grandes quantidades de açúcares e gorduras, ou seja, acabam se tornando calorias vazias, que não trazem benefícios nutricionais à nossa saúde”, explica Azevedo.

No caso dos sucos de caixinha, a maior parte contém grande quantidade de açúcar, além de corantes, conservantes e aditivos químicos, o que vai na contramão de um produto que seja, de fato, saudável.

Já o impacto do consumo de ultraprocessados, a longo prazo, pode se traduzir no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DNTs), como hipertensão arterial sistêmica e câncer.

Faça escolhas conscientes

O fato desses alimentos não serem tão saudáveis, como imaginado, não significa que nunca mais você possa consumi-los. “Alimentação saudável é ter uma grande variedade, diversidade, sempre procurando as melhores escolhas, mas é preciso saber que as escolhas ruins existirão, o que não pode é elas virarem rotina”, ressalta a nutricionista e gastróloga Gabriela Cilla, da clínica NutriCilla, em São Paulo.

Ela lembra ainda da importância de se atentar para a preparação dos alimentos e à necessidade de se evitar os excessos. “Mesmo os alimentos saudáveis devem ser consumidos com moderação. O uso de fibras em excesso, por exemplo, pode prejudicar o ritmo intestinal, alimentos termogênicos ou ricos em cafeína, podem deixar a pessoa alterada. Enfim, é preciso avaliar o contexto em que a alimentação está inserida para fazer escolhas conscientes.”

Faça substituições

No dia a dia, para ter uma alimentação que contribua para a sua saúde, as nutricionistas orientam que se fique atento aos rótulos, para saber o que, de fato, se está consumindo e que, quando possível, opte pelas substituições.

“Os sucos de caixinha devem ser preferencialmente integral, ou seja, 100% do conteúdo feito realmente do suco da fruta, mas a melhor opção é, sempre que possível, ingerir água e fazer o suco natural na hora que for consumi-lo, para usufruir das vitaminas presentes na fruta de maneira mais satisfatória. As barrinhas de cereais podem ser feitas de forma caseira, com sementes oleaginosas, pasta de amendoim, coco ralado, aveia e frutas secas, fica deliciosa e muito nutritiva! Mas para quem não gosta de se arriscar muito na cozinha, frutas, pães integrais, sementes oleaginosas, são boas opções. Por fim, o peito de peru pode ser substituído por tahine, queijo feta, húmus, guacamole, patês de cogumelo, opções deliciosas e, com certeza, muito mais saudáveis”, finaliza Luna.

 

Fonte: Revistacasaejardim