A colunista Sabina Scardua compartilha pequenos hábitos do tutor que podem ajudar consideravelmente na recuperação do pet
Um animal doente é uma situação triste e desgastante, mas pequenos detalhes no manejo e na casa podem fazer a diferença para a recuperação acontecer mais rápido. Confira 5 erros que cometemos sem perceber e que podem ser facilmente evitados para favorecer a cura dos bichos!
1. Cheiros que diminuem o apetite
Lembrando: tudo que você chega a sentir o cheiro, para o animal pode estar demais. É como uma música em último volume, que se ficar dia e noite sem parar, alguns vão acostumar e outros vão enlouquecer. Alguns animais sentem enjoo com determinados cheiros, dependendo de sua sensibilidade individual ou condição física.
O enjoo é uma realidade dos animais doentes, mesmo que a doença em questão não envolva estômago e intestinos, porque o sintoma é efeito colateral de muitos medicamentos (principalmente antibióticos e quimioterápicos), e também de condições tóxicas temporárias provocadas pelo excesso de ureia, por exemplo.
Se queremos que o animal volte a comer ou coma bem para ficar forte e se recuperar mais rápido, os cheiros no ambiente podem ser grandes vilões, provocando ou aumentando o enjoo nos pets e, consequentemente, fazendo com que não comam. Os erros mais comuns em relação a cheiros são:
– Deixar a comida perto do animal, com a intenção de que ele coma. Neste caso, a alimentação natural habitual ou momentânea, como sopinhas, franguinhos e outros, seguida pelos sachês e pastas, são os menos indicados para deixar perto, pois têm os cheiros mais fortes. Mas a ração também não é legal deixar muito pertinho. Então, o que fazer? Ofereça a comida várias vezes ao dia. Comeu? Que bom! Comeu só um pouquinho ou recusou? Retire totalmente o alimento do ambiente e, mais tarde, ofereça novamente uma outra porção, de preferência, fresquinha.
– Incensos, produtos de limpeza e aromatizantes de ambiente: evite ao máximo. A aromaterapia, com óleos essenciais de qualidade, deve ser realizada com a orientação de um aromaterapeuta com conhecimento e experiência de uso em animais. A intensidade, o tempo de permanência, o tipo e o horário em que o aroma é disponibilizado no ambiente devem ser observados com muita atenção para cada caso.
– Medicamentos têm um odor insuportável para os bichos. Quem nunca pegou o remédio e o pet se escondeu? O animal que está passando mal não tem forças para se esconder, então os medicamentos devem ficar guardados em armários fechados longe de onde ele descansa. Nada de deixar a caixinha de remédio ao lado dele: o odor, imperceptível para nós, à distância é muito desagradável para eles, podendo aumentar o enjoo, a irritação ou o desânimo.
2. Presença de outros animais
Em uma casa com mais animais, é importante preparar um local mais reservado para o pet doente se recuperar, principalmente para garantir o sono profundo, a privacidade, caso ele deseje, e a integridade energética. O bicho doente precisa descansar e dormir mais que o habitual, pois, durante o período de sono, o corpo tem mais condição de combater a doença e se reequilibrar.
A proteção e harmonização energética também são importantes. Para isso, o animal precisa estar há, pelo menos, 3 metros de outras pessoas ou animais por algumas horas do dia, o que preservará o próprio campo energético. Outro detalhe é que, quando o pet está em um local de passagem na casa, ele irá acordar muitas vezes com o movimento dos outros bichos e pessoas ou vai tentar acompanhar os irmãos, mesmo não tendo condição para isso.
Para os animais mais dominantes ou ativos, estar doente mexe com sua autoconfiança e sua posição hierárquica no grupo, então a maioria prefere esconder a condição se mantendo isolado, impedindo que outros bichos venham os cheirar. Quando o pet tem muito espaço, vivendo em sítio ou quintal grande, geralmente ele se afasta e vai para um cantinho. Em apartamento não é possível fazer isso, e, muitas vezes, este detalhe é causa de aumento da agressividade entre os pets – ou seja, ele rosna ou ataca para afastar o outro e esconder seu estado físico.
Não precisa isolar totalmente o bicho, mas, pelo menos, prover algumas horas de privacidade, para que ele possa adormecer profundamente com segurança, sem ter outro animal ou pessoa bisbilhotando, é importante.
O período em que o bicho está doente é quando ele mais precisa do apoio e compreensão do tutor, principalmente os filhotes ou jovens que estão passando por doença pela primeira vez na vida. Sem perceber, mudamos a forma de interagir com o animal quando ele está doente:
– Pedimos/exigimos mais deles. Pedimos mais paciência, mais colaboração; para serem fortes, para melhorarem logo, para comerem. O animal sente a demanda e a expectativa, justamente em um momento que está mais frágil e inseguro pela condição física.
– Mudamos a interação positiva, como brincar e só fazer carinho ou elogio, por interação negativa: dar remédio, forçar alimentação, chorar e reclamar. O animal fica inseguro e algumas vezes pode ocorrer a quebra de confiança por parte dele, abalando o vínculo afetivo que ele tem com o tutor. Isso tem um efeito catastrófico para o mental e emocional do bicho, que irá se fragilizar ainda mais, não contribuindo para a própria recuperação. Alguns podem entrar em estado de ansiedade, medo ou depressão.
Mantenha as interações positivas desvinculadas dos cuidados médicos, ou seja, momento de carinho, elogio, encorajamento e brincadeira (quando possível) são sagrados e devem se manter intactos. Hora de dar remédio é hora do remédio, hora do procedimento é hora do procedimento. Tenha certeza que está dando carinho e atenção gratuitos ao invés de associá-las a uma interação negativa, como remédio e comida forçada na seringa.
4. Chorar na frente do pet
Sim, receber um diagnóstico difícil ou ver o animal com desconforto tira a gente do eixo. É triste mesmo. Nesse momento, os animais são como crianças pequenas: se virem você chorando vão se desesperar, vão chorar por dentro também. Muitos ficam tristes por perceberem que são a causa do seu sofrimento.
Nessas horas, a gente segura a onda perto deles e vai chorar escondido no banheiro, em nome da recuperação mais rápida e da segurança emocional e bem-estar deles.
5. Vibrar doença no lugar de vibrar cura
Você vibrar a cura faz diferença para o animal e para a própria casa. Para isso, é preciso pensar na cura, na recuperação, na saúde, por mais tempo do que na doença. A gente não presta muita atenção nisso por que não sentimos os campos vibracionais como os pets. Em 24h, por quanto tempo você esteve pensando no bicho bem e por quanto tempo pensou na doença ou em perdê-lo?
Em 20 anos de medicina veterinária, o que mais vejo é a bravura terna dos animais. Um misto de força e inocência que dá certo para eles. É importante respeitar e apoiar, vibrando positivo, vibrando a cura e alegria, mesmo em uma situação desfavorável, mesmo que não o tempo todo, o máximo que conseguir. Eles merecem.
Fonte: Revista Casa e Jardim