Especialistas contam quais os riscos do consumo em excesso e como as variações do H2O agem no organismo
O consumo de água é indicado desde a infância até a fase adulta, afinal, mais de 70% do corpo humano é composto por ela. O H2O ajuda a hidratar, transportar nutrientes até as células e auxilia na eliminação de toxinas do corpo através do suor e da urina. Mas será que ela sempre faz bem para o organismo? E as águas com mais ingredientes, são aliadas ou vilãs para uma vida saudável?
Especialistas alertam que em alguns casos o consumo de água pode fazer mal, pois podem existir problemas de contaminação, por substâncias químicas ou microorganismos patogênicos (causadores de doenças em seres humanos). Por isso, é importante que seja observada a origem da água de consumo e, caso não tenha água tratada em casa, lembrar sempre de fervê-la antes do uso/consumo. Já pessoas com problemas renais, idosos e atletas de alta performance devem ter sua ingesta hídrica acompanhada por um médico e/ou nutricionista.
“A água pode ser prejudicial para o corpo humano em dois momentos: quando há algum tipo de contaminação. E em segundo lugar, a água em excesso pode gerar um distúrbio dos eletrólitos no sangue, principalmente do sódio. Isso é mais comum em pacientes idosos e com doenças renais e pode gerar sintomas neurológicos e até levar a morte”, conta o Dr. Ábner Prado, médico supervisor do pronto socorro do Instituto de Neurologia de Goiânia.
Já nas variações de água, o especialista explica que, como potencial de hidratação, a água com gás hidrata tanto quanto a água mineral. Ele conta que existe apenas a diferença de que a água mineral tenha flúor em sua composição, que reduz a chance de cáries. Mas já com relação a outros fatores, o médico conta que a água gaseificada pode não ser tão benéfica assim.
“Há dois prejuízos potenciais para a saúde na água com gás. O primeiro é que o pH da água com gás é mais baixo devido ao gás carbônico diluído em sua composição, prejudicando pacientes com problemas estomacais (gastrite, refluxo e úlceras). O segundo é que o gás contido na água dilata o tamanho do estômago retardando a saciedade e como consequência aumentando a ingestão de alimentos desnecessariamente”, explica Ábner.
O médico conta ainda que o consumo de sucos e chás não substituem o consumo da água, apesar de a terem como principal ingrediente em sua composição. Ele explica que essas bebidas costumam ser preparadas com açúcar e, se industrializados, acabam contendo substâncias químicas prejudiciais à saúde. Segundo ele, uma boa opção são os sucos e chás naturais que auxiliam na hidratação de pessoas que possuem dificuldades de tomarem água pura.
“Outra alternativa para essas pessoas é a água saborizada. Essa bebida é um bom veículo para aumentar a hidratação e para se ingerir as substâncias benéficas contidas nas frutas e vegetais. Pessoas que têm dificuldade de tomar água pura, podem lançar mão dessa alternativa para se hidratarem. Mas é preciso ficar atento e tomar cuidado com a quantidade de açúcar diluído nessas bebidas”, explica Prado.
Desidratação
Que o excesso de água faz mal para o corpo foi explicado, mas e o baixo consumo? A desidratação é caracterizada pela baixa concentração não só de água, mas também de sais minerais no corpo. Ou seja: quando a água é eliminada pelo organismo através do suor, urina, fezes e outros não é reposta na quantidade ideal para o seu funcionamento. Por isso, ela é muito comum no verão, quando há maior perda de água através da transpiração, ou depois de um episódio de diarreia e vômito, por exemplo.
“A sede não é o único sinal de desidratação. Não ingerir a quantidade de água suficiente pode ter sintomas como intestino preso, a pele seca, inchaço (retenção de líquido), fome, cansaço, fadiga, pedra nos rins e dores de cabeça. A hidratação é uma grande aliada, uma vez que ajuda a reduzir a fome e acelerar o metabolismo”, explica Patrícia Maira, clínica médica do Hospital Anchieta de Brasília.
A especialista faz um alerta para as pessoas que têm problemas de saúde. “Quem tem problemas cardíacos, renais e hepáticos graves pode ter restrição à hidratação, mas isso deve ser determinado pelo médico. Se o paciente não estiver conseguindo beber líquido o suficiente ou com sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, mucosite, pode ser necessária a hidratação na veia com soro.”