Camilla Guebur compartilha as dicas para um guia de reconexão, fé e história por Jerusalém e o deserto sagrado

Jerusalém e os desertos israelenses são destinos de conexão e fé, que oferecem chances de vivências poderosas e convidam para um estado de muita presença e espiritualidade. Me fez lembrar de uma máxima do autor e viajante americano Henry Miller (1890-1980): “Viagens são realizadas internamente.” Henry criou um estilo de viajar e escrever que relacionava a viagem exterior e o autoconhecimento, a experiência com o sentido. Viajar assim pode ser um desejo e uma escolha, em alguns lugares, no entanto, é um verdadeiro chamado. Israel é assim.

Igreja do Santo Sepulcro: a apresentadora Camilla Guebur e a pedra da Unção de Jesus — Foto: Acervo pessoal

Igreja do Santo Sepulcro: a apresentadora Camilla Guebur e a pedra da Unção de Jesus 

Ou, ao menos, é assim os lugares que conheci de Israel (Jerusalém e desertos), a parte turística, que me encantou pelo poder da fé. Destaco abaixo 10 pontos indispensáveis para um roteiro pela região, passando pelos cenários reais das histórias de fés (católica, judaica, muçulmana) e pelos chamados para mergulhar para dentro.

7 acertos em Jerusalém

Sentir, refletir, sentir de novo, agradecer e seguir. Esse é o looping interno de quem passeia pela parte histórica e turística de Jerusalém, que tem a sombra do Museu do Holocausto e a luz da Igreja do Santo Sepulcro, com a “Pedra da Unção”, onde Jesus foi purificado. A energia do lugar é das mais fortes e sair dali sem ser arrebatada pela fé, penso eu, é algo impossível. Assim como considero difícil não se emocionar no Muro das Lamentações, vendo pessoas de todas as religiões abrindo seus corações com orações e deixando suas mensagens para que sejam levadas até Deus. É comovente e lindo.

Dia a dia: cenas cotidianas de Jerusalém entregam o poder das diferente fés na região  — Foto: Acervo pessoal

Dia a dia: cenas cotidianas de Jerusalém entregam o poder das diferente fés na região

Até aqui já citei três paradas imperdíveis dessa viagem: Museu Do Holocausto, Igreja do Santo Sepulcro e Muro das Lamentações. Tem mais: a Basílica Da Agonia, onde Jesus teria orado antes da prisão, é um lugar tão intenso quanto bonito. Outro ponto assim é o Morro das Oliveiras, marcado pela Bíblia, por guerras e sagrado para os judeus. De lá dá para avistar o Muro das Lamentações.

Basílica da agonia: arquitetura surpreendente do lugar que é um marco religioso — Foto: Acervo pessoal

Basílica da agonia: arquitetura surpreendente do lugar que é um marco religioso

Contudo tem diversão também. Para além dos muros sagrados, está a minha sexta dica, o restaurante Machneyuda, que serve pratos a base de frutos do mar, como lula e paella, em um ambiente jovem, super casual e festivo. O restaurante fica “em uma portinha” no meio das charmosas ruelas da cidade, que pulsa. O sétimo acerto é para uma viagem como essa assim é a escolha de um guia com estofo cultural e atualizado com o astral da cidade. Faz toda diferença, pode acreditar.

Deserto de Neguev: é possível passear pelo local e visitar os vestígios de civilizações remotas em passeios de bicicletas  — Foto: Acervo pessoal

Deserto de Neguev: é possível passear pelo local e visitar os vestígios de civilizações remotas em passeios de bicicletas

Tradição: montar a camelo é a opção de locomoção mais antiga nos desertos sagrados — Foto: Divulgação
Tradição: montar a camelo é a opção de locomoção mais antiga nos desertos sagrados
O power trio do deserto sagrado

A geografia de Israel é muito interessante  e seus desertos têm valor histórico. A apenas uma hora e 30 minutos distante de Jerusalém, está o deserto de Massada, na Judeia, considerado um local de purificação e peregrinação, e também um lugar marco da história judaica, onde o povo preferiu perder a vida do que a liberdade. Ali ainda está um sitio arqueológico intrigante, as ruínas da Fortaleza do Rei Herodes, uma construção milenar e autossuficiente, com cisternas, em pleno deserto.

Fortaleza do Rei Herodes: a ruína da construção milenar impressiona por sua engenharia autossustentável — Foto: Acervo pessoal

Fortaleza do Rei Herodes: a ruína da construção milenar impressiona por sua engenharia autossustentável 

Três horas de estrada depois, chega-se ao deserto de Neguev, descrito em salmos bíblicos como o lugar em que Abraão, Isaac e Jacó cuidavam de seus rebanhos. O passeio pela região pode ser feito de bicicleta ou de camelo, quase como um trecho da música Eduardo e Mônica, do Legião Urbana. Eu fiz das duas maneiras e visitei sítios arqueológicos que sinalizam a existência de comunidades remotas milenares, entre vales e planícies  para quem gosta de curiosidade, a textura de algumas rochas milenares lembra as dos corais dos mares. Até aqui, já citei dois dos competentes da trinca poderosa israelense  e deixei o ponto alto para o final.

Oásis: no meio do deserto de Negev está o hotel Six Senses Shaharut, com apenas 60 suítes e vilas espalhadas pela extensa paisagem desértica — Foto: Acervo pessoal

Oásis: no meio do deserto de Negev está o hotel Six Senses Shaharut, com apenas 60 suítes e vilas espalhadas pela extensa paisagem desértica

Sustentabilidade e elegância: a arquitetura do hotel respeita o meio ambiente e se integra com a paisagem — Foto: Divulgação
Sustentabilidade e elegância: a arquitetura do hotel respeita o meio ambiente e se integra com a paisagem

Localizado no Vale Arava, que tem um visual semelhante ao da lua, no sul do Deserto de Negev, está um verdadeiro oásis : o hotel Six Senses Shaharut, com apenas 60 suítes e vilas espalhadas pela extensa paisagem desértica. Um deslumbre. Uma das piscinas, com borda infinita, parece se debruçar no deserto, estar ali, no meio do deserto, mas dentro da água, com um suco ou drink refrescante descendo pela garganta é uma experiência interessante. Em seguida de uma massagem, então, é a perfeição.

Sensação: a piscina aberta do Six Senses Shaharut é o lugar ideal e mais surreal para tomar um drink refrescante em pleno deserto — Foto: Divulgação

Sensação: a piscina aberta do Six Senses Shaharut é o lugar ideal e mais surreal para tomar um drink refrescante em pleno deserto

O SPA desse Six Senses tão especial tem seis salas de tratamento e uma ampla variedade de programas de bem-estar, criados por especialistas em medicina chinesa, osteopatia, cura energética e mais. E como a vida é feita de equilíbrio, além de bem-estar, há drinks maravilhosos e um happy hour inesquecível; em um anfiteatro ano ar livre, com música local ao vivo e um céu espetacular.

Aconchego: dá vontade de pular nessa cama, não dá? Eu garanto que é das mais confortáveis do mundo — Foto: Divulgação

Aconchego: dá vontade de pular nessa cama, não dá? Eu garanto que é das mais confortáveis do mundo

A gastronomia do hotel também é deliciosa, orgânica, nutritiva, com ingredientes locais sim, ele criaram uma maneira de ter uma horta de subsistência em pleno deserto. É que a consciência ecológica e ambiental é colocada na prática na rede de alta hotelaria, também celebrada por ações inovadoras em ESG. Como eu já estive em alguns ZIP CODES do Six Senses, afirmo com toda segurança, que TUDO realmente funciona muito bem e com total coerência. O Six Senses é um exemplo de hospitalidade e de cuidados com o planeta.

Bem-estar total : o spa Six Senses Shaharut tem piscina, sauna, seis salas e tratamentos criados por especialistas em medicina chinesa, osteopatia e cura energética  — Foto: Acervo pessoal

Bem-estar total : o spa Six Senses Shaharut tem piscina, sauna, seis salas e tratamentos criados por especialistas em medicina chinesa, osteopatia e cura energética

Todos os detalhes são extremamente valiosos nos perímetros da rede, que costuma oferecer “chegadas” em grande estilo em alguns destinos. No Six Senses Shaharut, e possível desembarcar de helicóptero ou de carro. Fui de carro e amei. A impressão que eu tive foi a de estar dentro de um filme épico, com fotografia e direção de arte dignas de Oscar. A região tem uma das geologias mais dramáticas do planeta, os olhos ficam maravilhados nas cerca de três horas e meia desde Jerusalém. E , embora, a chegada seja incrível, vou te contar uma cousa : eu voltei do Six Senses Shaharut muito melhor do que cheguei. Tem uma magia. Desde então estou mais conectada com o que de fato vale a pena.

Fonte: Vogue