Estudo americano apontou a relação entre menor número de calorias por dia, rejuvenecimento das células e aumento da longevidade

Diminuir o consumo calórico em apenas 12% por dia pode rejuvenescer os músculos, ativar vias biológicas e resultar em alguns anos a mais de vida, segundo estudo feito pelo Instituto Nacional do Envelhecimento (NIA), dos Estados Unidos.

Os resultados publicados na revista Aging Cell em outubro deste ano apontam que a diminuição de calorias sem privar o corpo de vitaminas e minerais essenciais, conhecida como restrição calórica, atrasa a progressão de patologias relacionadas à idade, como acidente vascular cerebral (AVC) e doenças cardiovasculares.

A pesquisa reuniu 90 voluntários com idade média de 38 anos, dos quais 31 eram homens e 59 eram mulheres. Eles foram divididos em dois grupos: o primeiro continha 57 pessoas, que deveriam diminuir o consumo calórico em 25% por dia, mas só conseguiram restringir 12%.

O segundo grupo não teve restrições calóricas. As duas turmas foram acompanhadas por um período de dois anos e, durante o tempo de análise, a equipe de pesquisadores realizou biópsias musculares nos participantes. Peso e amostras de material genético também foram analisados.

Menos calorias e menos inflamações

Os cientistas observaram que o grupo de restrição calórica apresentou uma idade celular ligeiramente menor do que o das pessoas que não reduziram calorias. O geriatra Luigi Ferrucci, autor principal do levantamento, associou a maior longevidade aos níveis de inflamação, que impactam na idade biológica.

“Por exemplo, uma menor ingestão calórica regula positivamente os genes responsáveis ​​pela geração de energia e metabolismo enquanto afeta negativamente os genes inflamatórios”, explica Ferrucci, em comunicado à imprensa.

Ele acrescenta ainda que a inflamação e o envelhecimento estão fortemente associados. Por isso, a restrição calórica representaria uma abordagem poderosa para prevenir o estado inflamatório que é desenvolvido por muitas pessoas idosas.

“Essa pequena redução na ingestão de calorias é viável e pode fazer uma grande diferença na sua saúde”, aponta Ferrucci.

 

 

Fonte: Metrópoles