O estrabismo dá seus primeiros sinais ainda na primeira infância, e pode exigir uma série de tratamentos para correção. Veja quais
Causas do estrabismo
De acordo com a Dra. Giovanna Marchezine, oftalmopediatra do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), grande parte dos estrabismos são de causa desconhecida. “As causas genéticas são comumente encontradas nos desvios desenvolvidos na infância. No entanto, outras causas também podem levar à perda do paralelismo do globo ocular, resultando em estrabismo”, afirma a médica.
Dentre essas razões, ela cita:
- Alto grau de hipermetropia ou de miopia;
- Prematuridade;
- Doenças do sistema nervoso central;
- Uso excessivo de eletrônicos portáteis;
- Cegueira;
- Traumatismo.
Primeiros sinais de vesguice
A diplopia (percepção de duas imagens de um único objeto) é o principal sinal presente nos casos de estrabismo que não estão associados a cegueira ou baixa visão. Além disso, outro sinal de fácil identificação é a visualização do desalinhamento ocular.
“Os bebês podem apresentar pequenos desalinhamentos por curto período de tempo até os 6 meses de idade, isso ocorre por uma imaturidade do sistema visual. Após essa idade, qualquer desvio ocular é considerado patológico e deve ser investigado pelo médico oftalmologista especialista”, destaca a oftalmopediatra.
A médica aponta ainda que recém-nascidos e bebês podem apresentar uma condição chamada pseudo-estrabismo ou falso estrabismo, que por ilusão óptica causada pelo excesso de pele no canto nasal dos olhos (epicanto).
Como corrigir o estrabismo
A correção do estrabismo depende da sua causa. O tratamento pode exigir o uso de óculos, aplicação de toxina botulínica, cirurgia e exercícios, diz a Dra. Giovanna. “Vale lembrar que o uso de tampão (oclusor ocular) não corrige a posição dos olhos. Sua indicação é para tratar a Ambliopia, alteração de visão frequentemente associada ao estrabismo”, adverte a médica.
Segundo ela, as cirurgias em crianças, quando há indicação, podem ocorrer a partir de idades de 1 ano e meio a dois anos. A médica estima ainda que 15% dos pacientes precisarão de uma reoperação.
“Isso ocorre por diversos fatores como idade operada, tamanho do desvio, cegueira e outras doenças sistêmicas associadas”, afirma. A boa notícia, conforme a especialista, é que após a primeira reoperação, são raros os casos de necessidade de outras cirurgias.
Giovanna alerta ainda que o estrabismo sem tratamento na infância causa ambliopia, que pode levar à cegueira irreversível. “Por isso, crianças de 0 a 5 anos com qualquer desvio ocular devem passar por análise pelo especialista e iniciar o tratamento”, conclui.
Fonte: Saude em Dia