Procedimento ganhou espaço nas redes sociais e promete uma pele brilhante, sem manchas e parecida com filtro do Instagram
Você já ouviu falar do BB Glow? Ele é o procedimento estético queridinho do momento e promete uma pele brilhante, sem manchas, lembrando até um filtro do Instagram. No entanto, ele tem sido visto com cautela por muitos dermatologistas.
De origem coreana, o procedimento consiste aplicação de soros, séruns e pigmentos no rosto por meio de sessões de microagulhamento – uma espécie de caneta ou rolinho com agulhas na extremidade que causam microlesões no rosto por onde os componentes são absorvidos.
O objetivo é homogeneizar a pele, camuflando olheiras, manchas de sol, melasma e amenizando as linhas de expressão. O resultado é um rosto com brilho e aspecto de base ou BB cream temporário.
“O microagulhamento são agulhas muito pequenas que vão entrando na pele e removendo pequenos pedacinhos, que serão substituídos por outros pequenos pedacinhos de pele mais saudável, dando esse aspecto de uma pele mais bonita e com poros fechados”, explica a dermatologista Márcia Linhares, titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Após a aplicação, é preciso ter alguns cuidados para garantir o bom resultado. Um deles é não esfregar a pele nas primeiras semanas e não ficar exposto ao sol nos 15 primeiros dias.
“Normalmente, a gente recomenda utilizar cremes de ação reparadores para a pele e filtro solar”, acrescenta a dermatologista Fátima Tubini.
Apesar de não possuir comprovação científica sobre seus benefícios, o procedimento tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pode ser aplicado por esteticistas e biomédicos.
No entanto, os especialistas alertam que a técnica pode causar complicações estéticas, como alergias, inflamação da área ocasionando manchas e cicatrizes pelas perfurações.
As microagulhas usadas no procedimento devem ser descartáveis, em embalagem lacrada, já que há riscos de contaminação.
“O problema maior que vejo é que no Brasil o procedimento está sendo realizado por profissionais de áreas muito distintas, sem qualificação profissional, que utilizam agulhas mais profundas e, o que é mais grave, com pigmentos inapropriados. Além disso, o resultado aparente de uma pele com viço, brilho e uniforme pode mascarar uma situação dermatológica que exija tratamento médico”, comenta Joana Darc Diniz, dermatologista e diretora Cientifica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.
Os profissionais alertam ainda, que a técnica é contraindicada para pessoas que têm diabete, hipertensão, queloides, herpes ou lesão na pele, gestantes ou lactantes e àqueles que fazem regulamente tratamento com anticoagulantes.
“É muito importante sempre consultar um dermatologista, antes de qualquer promessa de embelezamento da pele difundido em redes sociais. Somente o profissional pode avaliar os benefícios ou danos causados por qualquer tipo de procedimento estético”, acrescenta comenta Joana Darc.
Mitos e verdades sobre o BB Glow:
BB Glow ilumina a pele?
Verdade: ele ajuda a iluminar a pele, dando um aspecto mais saudável.
BB Glow oferece proteção solar?
Mito: o procedimento não contém filtro solar, portanto, não tem nenhuma relação com a proteção da pele dos raios solares. Após a técnica, é importante manter o uso de protetor solar diariamente.
BB Glow é um tipo de tatuagem?
Mito: apesar de ser, popularmente, chamado de tatuagem facial, o procedimento não usa tinta de tatuagem. Na aplicação são usados pigmentos minerais que são depositados na superfície da pele.
BB Glow é definitivo?
Mito: A durabilidade da técnica varia de acordo com o tipo de pele e o número de sessões realizadas. Mas, em média, ele tem duração de 6 a 12 meses.
Peles negras não podem fazer BB Glow?
Mito: Pessoas com peles negras podem fazer o procedimento de microagulhamento, mas assim como todos, devem passar por uma avaliação com um profissional de confiança.
Os resultados do BB Glow podem variar?
Verdade: Assim como a maioria dos procedimentos estéticos, os resultados variam de acordo com o tipo de pele, o número de sessões e os produtos usados.
Fonte: CNN Brasil