Autoesporte lista alguns modelos que aliviam o bolso por serem simples e econômicos de manter

São tempos difíceis e, com os preços nas alturas, o sonho de trocar de carro por um zero-quilômetro ou um usado mais novo geralmente pode ficar em segundo plano. Além de colocar na ponta do lápis os custos com impostos e taxas (IPVA, licenciamento e seguro, por exemplo), bem como o consumo de combustível, é preciso saber onde está pisando quando o assunto são as manutenções e a disponibilidade de peças no mercado de reposição.

Depois de publicarmos um guia sobre os cinco carros complicados de manter, agora voaremos em céu de brigadeiro para falar de alguns automóveis à venda que são fáceis de conservar, que não apresentam problemas crônicos nem gastam rios de dinheiro na hora de parar na oficina. Afinal, ninguém deseja que o sonho vire um pesadelo estacionado na garagem. Confira a lista.

Chevrolet Onix

Quando o Chevrolet Onix debutou em nosso mercado, em 2012, elevou a régua do segmento e popularizou a central multimídia. A segunda e atual geração estreou no final de 2019 e foi campeã do prêmio Qual Comprar Autoesporte em 2022.

O visual bem acertado, tanto da carroceria hatch quanto sedã, junto com a nota máxima nos testes de colisão do Latin NCAP, para adultos e crianças, lhe trouxe bons frutos. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), ao longo dos quatro primeiros meses deste ano, o Onix Hatch soma 26.853 unidades licenciadas, enquanto o três volumes Onix Plus soma 17.852 carros emplacados.

Versão hatch do Chevrolet Onix já soma 26.853 emplacamentos entre janeiro e abril deste ano — Foto: Autoesporte/Fábio Aro

Oferecendo versões com motores de três cilindros 1.0, naturalmente aspirado ou turbinado, em trabalho conjunto com câmbios manual ou automático, ambos de seis marchas, o Chevrolet Onix entrega uma condução condizente com a proposta. “É um carro em conta de manter, mas é necessário ter atenção com a correia dentada”, explica Claudio Buratti, da oficina Buratti Premium.

“Esses motores que empregam a correia dentada lubrificada requerem o lubrificante do fabricante, pois o uso de um produto não original pode atacar o componente, ocasionando sua deterioração em menor tempo. Isso pode gerar o desprendimento de fragmentos e o entupimento da bomba de óleo, impedindo a correta lubrificação do propulsor. Ainda é importante ressaltar o tempo de troca do lubrificante, nos momentos determinados, e também do filtro”, alerta o profissional.

Volkswagen Up!

Volkswagen Up! já saiu de linha, mas é boa opção de veículo com baixo custo de manutenção — Foto: Divulgação

O Volkswagen Up! chegou ao nosso mercado em 2014, primeiramente em versões naturalmente aspiradas. Depois, veio a motorização turbinada TSI, fazendo dele um carro prazeroso de guiar. Com bom desempenho e a famosa tampa preta, o tricilíndrico 1.0 sobrealimentado com turbocompressor entrega 105 cv de potência e 16,8 kgfm de torque quando abastecido com etanol.

Embora o subcompacto tenha saído de linha em 2021, de acordo com Claudio Buratti, as versões 1.0 naturalmente aspiradas oferecem uma manutenção sem grandes dores de cabeça. “É fácil de mexer, além de haver uma grande disponibilidade de peças no mercado de reposição. Os preços dos componentes e dos pneus aro 14 são baratos e simples de encontrar”, diz Buratti.

Volkswagen UP! TSI é equipado com motor 1.0 turbo de três cilindros que entrega 105 cv de potência e 16,8 kgfm de torque — Foto: Volkswagen

Em uma busca pela internet, essa medida de pneu 175/70 R14 para o Volkswagen Up Move, por exemplo, pode ser encontrada a partir de R$ 380 cada, ao passo que a correia dentada da bomba de água custa em torno de R$ 100.

Ford Ka

Em 11 de janeiro de 2021, a Ford anunciou o fim da produção de veículos no Brasil, encerrando as operações nas fábricas de veículos em Camaçari (BA), de motores e transmissões em Taubaté (SP), e outra em Horizonte (CE), que montava os jipes da Troller. Assim como o Volkswagen Up, o Ford Ka também saiu de linha. Mesmo assim, continua sendo uma opção interessante no mercado de usados. Ao todo, foram vendidas três gerações em nosso mercado.

Para quem não deseja investir muito dinheiro, uma versão SE 1.0 do ano de 2019 sai por R$ 48.095, segundo a tabela Fipe. Contudo, se o gosto é por um estilo mais aventureiro, a configuração FreeStyle 1.5 automática custa R$ 58.841, no mesmo ano. “É uma alternativa resistente e qualquer profissional de reparação sabe mexer. Velas e bobinas não possuem mistérios, contudo, assim como no Chevrolet Onix, é preciso atentar para a correia dentada lubrificada”, explica o especialista.

Ford Ka também é hatch compacto que já saiu de linha, mas atrai atenção pela manutenção fácil e barata — Foto: Auto Esporte

Fiat Mobi

A estreia do Fiat Mobi aconteceu no primeiro semestre de 2016. Atualmente, zero-quilômetro, ele oferece duas versões listadas no site da marca: Like (promocional por R$ 65.890) e Trekking (a partir de R$ 75.990), ambas equipadas com o veteraníssimo motor 1.0 Fire Evo (até 74 cv e 9,7 kgfm). Com 3,57 m de comprimento e um porta-malas de 235 litros, é um carro indicado para quem circula principalmente na cidade.

Fiat Mobi é atualmente equipado com motor 1.0 Fire Evo, mas já ofereceu versão Drive com motor 1.0 Firefly de três cilindros — Foto: Divulgação

O propulsor 1.0 Firefly de três cilindros naturalmente aspirado equipou a versão Drive do modelo entre 2016 e 2020, e deve voltar à gama em 2025. “É um tanque de guerra! Uma curiosidade está na luz da injeção eletrônica acesa, indicando um problema no sensor de fase do motor. No entanto, esse defeito está relacionado com o baixo nível de óleo do propulsor Firefly. Isso é corrigido apenas com a substituição do lubrificante do propulsor”, conta Claudio Buratti.

Renault Kwid

Ele chegou ao nosso mercado em 2017. Hoje, a configuração Life da fase pré-facelift, ano-modelo 2021, pode ser encontrada no mercado de usados com valores em torno de pouco mais de R$ 40.000, enquanto um Outsider 2021 sai por cerca de R$ 50.0000.

Independentemente da versão, o motor 1.0 SCe de três cilindros flex entrega até 70 cv de potência e 9,8 kgfm de torque (etanol). Um dos atributos é o baixo peso do Renault Kwid, o que confere ao subcompacto um desempenho ágil na cidade. Além disso, o modelo produzido em São José dos Pinhais (PR) supera o Fiat Mobi, por exemplo, na capacidade do porta-malas (de 290 litros).

Renault Kwid chegou ao mercado em 2017, e atualmente se encontra em fase pré-facelift — Foto: Divulgação

“Uma revisão bem feita custa entre R$ 600 e R$ 1.200”, diz o profissional. Só que nem tudo são flores! A simplicidade do projeto acende um sinal vermelho para alguns detalhes específicos.

“Apesar de barato e fácil de manter, o sistema de fixação das rodas é por três parafusos. Caso haja o empenamento de um deles, a roda desprende. Também vale ficar atento a problemas com trincas no eixo traseiro”, diz Buratti. Caso isso ocorra, na internet, o valor desse componente varia de R$ 970 a menos de R$ 2.000.

 

 

 

Fonte: Auto Esporte