Manter uma rotina periódica de exames e avaliações médicas pode ser decisivo para prevenir e tratar com maior eficácia diversas doenças. No caso de câncer de mama, o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, é fundamental porque o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. “Quanto menor é o volume do tumor, menores são as necessidades terapêuticas para curá-lo. Geralmente, em casos iniciais, a cirurgia pode bastar”, afirma a oncologista e chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, Patrícia Schorn.

Mais comum em mulheres com mais de 50 anos de idade, o câncer de mama tem atingido cada vez mais jovens com menos de 40 anos. Cerca de 1,67 milhões de casos novos desse tipo de câncer em todas as faixas etárias foram esperados para o ano de 2012 em todo o mundo, o que representa 25% de todos os tipos de câncer diagnosticados nas mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

No Brasil, entre 2008 e 2012, as mortes de mulheres aumentaram de 11.813 para 13.951. “O histórico familiar, especialmente se houve casos em parentes de primeiro grau, é um dos fatores mais importantes de risco. Mas ele também é elevado em mulheres que fumam, ingerem bebidas alcoólicas, são obesas, sedentárias, que não tiveram filhos ou que os tiveram após os 30 anos e não amamentaram”, alerta a médica Patrícia Schorn, que também é especialista em câncer de mama. Entre homens, o número de óbitos chegou a 154 em 2012.

Excluídos os tumores de pele não-melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões brasileiras, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para o ano de 2016, foram estimados 57.960 casos novos, segundo o INCA, que representam uma taxa de incidência de 56,2 casos por 100 mil mulheres.

A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 12,66 óbitos/100 mil mulheres em 2013. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 14,25 e 13,70 óbitos/100 mil mulheres em 2013, respectivamente. 

TIPOS E SINTOMAS – Os tipos de câncer de mama se dividem em carcinomas ductais e lobulares. Os primeiros se originam no tecido que compõe os ductos da mama e são os mais comuns, responsáveis por 80% dos diagnósticos. Os lobulares representam em torno de 20% e têm origem nos lóbulos mamários. Nos casos iniciais, não há qualquer sinal ou sintoma na mama, já que tumores milimétricos não são palpáveis. Coceira no mamilo, dor, inflamação e saída de secreção podem ser sinais e sintomas de câncer e não devem ser confundidos com infecções. Por isso, buscar atendimento especializado é essencial.

 A mamografia é o exame preconizado e deve ser feita anualmente em pacientes a partir dos 35 anos que apresentem fatores de risco, e a partir dos 40 anos nas mulheres em geral. “Além da mamografia, a ultrassonografia mamária e a ressonância nuclear magnética das mamas são exames complementares importantes e disponíveis nas unidades hospitalares do Grupo Santa como o Santa Lúcia, Prontonorte e o Maria Auxiliadora”, explica a oncologista.

 O câncer de mama costuma ser mais agressivo em mulheres com menos de 40 anos porque, neste grupo, a doença é molecularmente mais invasiva. Quando a origem é hereditária, ou seja, relacionada às mutações dos genes BRCA 1 e BRCA 2, a manifestação nesta faixa etária também tende a ser mais forte.

PREVENÇÃO – De acordo com o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com uma alimentação saudável, prática de atividade física regular e manutenção do peso ideal. Já o autoexame é uma medida educativa para que a mulher identifique alterações em sua mama, mas jamais substituirá a mamografia e o exame clínico das mamas realizado por um médico. Por isso, caso perceba qualquer alteração nas suas glândulas mamárias, a paciente deve procurar auxílio médico para investigação e esclarecimento diagnóstico.

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