Dor muscular generalizada precisa ser investigada e tratada corretamente
Resumidamente, a fibromialgia nada mais é do que a dor muscular generalizada e costuma ser mais frequente em mulheres do que os homens. É uma condição que impede uma pessoa a levar uma vida comum. No entanto, surge uma dúvida para quem está com esse problema: o exercício físico serve para tratar a fibromialgia?
Sim! Exercício físico serve para tratar a fibromialgia
“Apesar da dor generalizada e da sensibilidade muscular, o exercício físico regular ajuda a aliviar os sintomas e melhora a qualidade de vida destes pacientes. A atividade física melhora o sono destes pacientes e é eficaz na redução da dor, pois libera endorfinas. A liberação de endorfinas, inclusive, pode melhorar a autoestima com os exercícios e traz benefícios quanto aos distúrbios do humor. Há ainda um aumento da resistência e força muscular, melhora seu desempenho nas atividades diárias e na redução da fadiga. É uma das modalidades terapêuticas com mais evidências científicas no tratamento da condição”, diz com exclusividade para o Sport Life o reumatologista do Hospital Albert Einstein Dr. Roberto Ezequiel Heymann.
Portanto, essa colocação do doutor Roberto Ezequiel denota que uma pessoa que não se exercita não trata da sua fibromialgia de forma correta. A única ponderação desse reumatologista é para o ritmo do exercício.
“No entanto, deve-se ressaltar que é imprescindível individualizar o programa de exercícios, determinando o tipo e a intensidade ideal para cada paciente. É fundamental uma boa avaliação física inicial, além do segmento ao longo do tempo, já que a realização de atividade física em excesso e sem a devida individualização pode agravar o quadro de dor e fadiga. A escolha da modalidade terapêutica deve ser feita em conjunto entre o paciente e seu médico para melhorar a aderência ao tratamento”, adverte Heymann.
Outras recomendações sobre o impacto do exercício físico para fibromialgia
Um sujeito e um médico precisam entrar em consenso sobre o esporte que deve ser praticado. Além disso, Roberto cita logo na sequência algumas opções para quem vive com essa condição crônica.
“Algumas modalidades foram estudadas e mostraram-se benéficas, tais como: atividade física aeróbica de baixo impacto, como caminhadas, natação, ciclismo leve ou hidroginástica. O alongamento com melhora na flexibilidade também pode ser benéfico, isso incluindo modalidades como ioga ou tai chi, que combinam com técnicas de relaxamento. Exercícios de fortalecimento muscular podem auxiliar no aumento da força e da resistência física. Sua intensidade deve ser aumentada conforme a tolerância do paciente e deve ser monitorada por um profissional qualificado”, esclarece.
A fibromialgia não é um tipo de doença com cura e assim a expectativa de tratamento é com o propósito da melhoria da qualidade de vida. Eis que aparece a junção de exercício físico e abordagens terapêuticas na visão do reumatologista.
“Dessa forma, deve-se desenvolver um programa de exercícios bem estruturado, combinando-o com medicações, terapia cognitivo comportamental, técnicas de relaxamento e mudanças no estilo de vida. Há exemplos de hábitos que melhoram a qualidade do sono e reduzem o estresse. Oferecer informação qualificada sobre a doença ao paciente é outro ponto essencial para o tratamento”, garante.
Acréscimo
Não existe ainda uma comprovação científica do que leva alguém a ter fibromialgia. O que se sabe até agora são os fatores genéticos, que podem ser essenciais para que uma pessoa desenvolva. Há os exemplos dos traumas físicos e emocionais e infecções, que costumam ser os gatilhos para que um ser humano predisposto geneticamente contribua para essa síndrome.
“Os mecanismos responsáveis pela sintomatologia ainda não são totalmente claros. Sabemos que existem anormalidades na forma como o sistema nervoso central processa as informações de dor, de modo que os pacientes tenham uma sensação amplificada da dor, ou seja, sintam a dor com mais intensidade do que deveriam sentir. Observou-se desequilíbrios químicos no cérebro, tais como disponibilidade reduzida de serotonina e noradrenalina, e aumento de glutamato, além de alterações na conectividade entre as regiões cerebrais que explicam parcialmente seus sintomas”, comenta Roberto.
É verdade que os sintomas da fibromialgia evoluem para câncer?
“O câncer e a fibromialgia podem estar presentes em uma mesma pessoa, mas a fibromialgia não está diretamente relacionada ao desenvolvimento ou aumento do risco de ter um tumor. A fibromialgia também não piora seu prognóstico e tampouco interfere no tratamento oncológico”, termina o Dr. Roberto Ezequiel Heymann.
Dado
A SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) divulgou levantamento no ano de 2021, cuja acusação é de que pelo menos 3% da população vive com essa doença. Essa estimativa também cita que a síndrome é recorrente em mulheres com idades entre 25 e 50 anos.
Fonte: Sportlife