Campeão de vendas em 2023 enfrenta o primeiro elétrico com preço e equipamentos capazes de competir com hatches compactos a combustão
A internet revolucionou o jornalismo e este comparativo é um exemplo. Quando finalizamos a versão impressa da Autoesporte semanas atrás, o preço do BYD Dolphin Mini era um mistério. A marca chinesa deixou correr solto o rumor de que o carrinho custaria R$ 99.800. Com esse preço em mente, selecionamos Volkswagen Polo Sense, Hyundai HB20 Comfort Plus e Chevrolet Onix AT Turbo para um comparativo com o lançamento. Todos na casa dos R$ 100 mil.
Eis que o preço do Dolphin Mini é mais alto do que o esperado: R$ 115.800. Como nosso objetivo é trazer o melhor conteúdo até você, caro leitor, resolvemos atualizar os comparativos do BYD contra os rivais a combustão. Saem as versões de R$ 100 mil, entram as equivalentes em preço. E o primeiro embate será exatamente contra o carro de passeio mais vendido no Brasil em 2023: Volkswagen Polo, aqui representado na configuração Highline, de R$ 118.990.
Enfrentando o líder
No comparativo contra o Volkswagen Polo, em vez de a versão Sense, de R$ 99.990, consideramos a opção Highline, a mais cara e completa com motor 1.0 turbo. O preço é cerca de R$ 3 mil mais alto que o Dolphin Mini: R$ 118.990.
Por esse preço, o Polo entrega alguns equipamentos a mais do que o rival chinês. Ar-condicionado digital, banco traseiro bipartido, limpador do vidro traseiro e quadro de instrumentos totalmente digital são os principais.
Mas só o Dolphin Mini tem bancos com ajustes elétricos e freio de estacionamento eletrônico. No quesito segurança, os airbags de cortina também só estão presentes no BYD. Quando comparamos o nível de acabamento dos dois hatches, a balança pesa para o lado chinês.
Se o Polo tem superfícies repletas de plástico duro e pouca inspiração no desenho da cabine, o Dolphin Mini sequer lembra um carro de entrada. Há vinil espalhado pelas portas, painel e apoio dos braços. O visual é moderno e cheio de vida.
Ao volante
O hatch de origem alemã é mais gostoso de dirigir. Apesar de ser elétrico, o Dolphin Mini não tem as arrancadas típicas de veículos desse tipo. Nesse aspecto, os 41 cv a menos fazem diferença considerável. São 75 cv do elétrico, contra 109 cv do Polo com gasolina ou 116 cv com etanol. Afinal, o Volkswagen é um carro ainda a combustão e flex.
Além do desempenho, o Polo se sai muito melhor quando o assunto é a suspensão. O acerto mais rígido da Volkswagen é único no segmento. Por sua vez, o Dolphin Mini carece de ajuste fino para melhorar o curso, muito pequeno e propenso a pancadas secas, além de deixar a rolagem menos “molenga”.
E nos custos?
O Volkswagen Polo Highline também é mais espaçoso, com entre-eixos 7 centímetros maior que o do BYD. O mesmo acontece no porta-malas, onde o minúsculo compartimento do Dolphin Mini acomoda apenas 230 litros e o do hatch flex, 300 l.
A vantagem germânica segue nos preços do seguro e das peças. Por outro lado, as caríssimas revisões e os custos com abastecimento atrapalharam as notas do hatch feito no ABC Paulista. Depois de cinco anos de uso, o dono do Polo terá tido um gasto estimado de R$ 41.201 com manutenções e combustível.
Esse montante é quatro vezes superior ao acumulado com o Dolphin Mini, que tem um wallbox de R$ 7 mil incluído no preço de R$ 115.800.
Conclusão
Com vantagens e desvantagens bem definidos, Volkswagen Polo e BYD Dolphin Mini terminam esse duelo empatados. Se custo de propriedade, apelo ambiental, acabamento interno e alguns equipamentos de conforto, como banco do motorista elétrico, forem decisivos na compra, o pequeno chinês é a melhor escolha.
Agora, se espaço interno, desempenho, maior estabilidade de preços na revenda e a necessidade de um quinto lugar forem incontornáveis, a melhor pedida ainda é o tradicional Volkswagen Polo.
Fonte: Auto Esporte